Em busca de novos conhecimentos, experiências, envolvimento no meio acadêmico ou visando à oportunidade em uma pós-graduação, alunos da Universidade, por meio do PIBIC e com a ajuda de orientadores, desenvolvem pesquisas cientificas nas mais diversas áreas e temas diversificados, não sendo necessário que a pesquisa seja na própria área de graduação.

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Sabendo disso a equipe do Maloca Digital, entrevistou dois estudantes e orientandos de PIBIC, Suzane Moreira atualmente cursando o 9° período de Letras – Língua Portuguesa, tem como tema de pesquisa – Amor entre mulheres na Literatura: O Estado da Arte de Safo de Lesbos até os dias atuais e Josivaldo Vilaça também estudante de Letras em Língua Portuguesa cursando o 5° período tem como tema de pesquisa – Políticas Inclusivas: Mapeando, Conhecendo e Identificando Ações da Ufam diante o ingresso de pessoas com deficiência.

MD: Quem é o seu Orientador(a)? E como é a relação que você tem com ele(a) no desenvolvimento da pesquisa?

Suzane Moreira: É a Professora Cássia Maria Bezerra do Nascimento. É ótimo, porque ela orienta não só no PIBIC, mas em outras questões de pesquisas de outras áreas, como a teoria da complexidade e residualidade, ela nos deixa sempre por dentro de tudo em relação à literatura. É uma relação em que eu tenho a liberdade de falar de temas que eu me identifico e ela tem a liberdade de procurar estudar esses temas pra me orientar.

Josivaldo Vilaça: É a Professora Doutora Maria Almerinda de Souza Matos. Desde o primeiro dia sempre foi uma relação muito boa, porque desde o inicio ao entrar no núcleo, desenvolver o projeto e fora dos muros da Ufam, ela é uma boa orientadora porque ela sabe direcionar o aluno que não é somente focar a sala, mas sim dar um retorno pra sociedade, que é o tripé da Universidade. Ela dá a liberdade para que possamos dar vida ao projeto, mas também é bem rigorosa e sempre que possível, busca nos auxiliar tanto por meio pessoal, quanto por e-mails, ligações telefônicas também uma pessoa sempre presente.

MD: Porque a escolha do tema?

Suzane Moreira: Eu resolvi falar sobre o amor de mulheres na literatura brasileira, que é um assunto onde as pessoas ainda tem um tabu muito grande, então eu resolvi fazer esse levantamento de pesquisa com o objetivo de mostrar que na literatura brasileira, tem sim vários outros temas, inclusive o homossexualismo tanto feminino como masculino, mas eu delimitei o meu tema no homossexualismo feminino que ainda é muito mais fechado do que o masculino. Eu resolvi falar sobre o amor de mulheres através do Estado da Arte, que é um objeto de pesquisa, onde nós pegamos vários estudos desde épocas remotas até épocas atuais por isso o nome “Estado da Arte”, então eu vou estudar outros estudiosos, pessoas que já abordaram o tema desde a época de Lesbos.

Josivaldo Vilaça: Apesar de eu ser um acadêmico de letras, a área da minha pesquisa não é voltada para ele e sim para o campo das Politicas Inclusivas, eu e minha orientadora vimos a necessidade de politicas que mostrassem qual o papel da universidade, do governo em relação as pessoas com necessidade educacionais especiais e pessoas com ou sem deficiência, porque vemos que ingressam alunos com deficiência, mas pesquisamos o que está sendo feito por eles fora a parte arquitetônica, mas dentro da sala de aula, no meio acadêmico. Identificar quais são esses alunos, onde eles estão, quais são os cursos que aderem os alunos com deficiência.

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MD: Como você via o PIBIC antes de participar?

Suzane Moreira: Minha visão era muito delimitada, pensava “Só vou estudar literatura brasileira ou só a portuguesa”, por exemplo. Mas quando a gente entra no grupo de pesquisa a nossa capacidade cognitiva abrange muito, hoje eu vejo que eu posso sim ter dentro da literatura, seja ela qual for, vários objetos de estudo sem precisar separa-los.

Josivaldo Vilaça: Como todo universitário “calouro” eu não tinha noção do que era o PIBIC, quando entrei aqui pensava que era apenas sala de aula. Eu não via na verdade, pois não era uma coisa orientada aos alunos, fui direcionado por um professor que fazia parte do núcleo foi quando me interessei pelo tema apesar de não ser minha área.

MD: Qual a experiência dentro do grupo?

Suzane Moreira: Estou fazendo esse PIBIC e dentro dele aprendi sobre muitas coisas, as quais eu não sabia. Eu tenho certeza que na continuação dessa pesquisa, durante os estudos e levantamentos eu vou aprender muitos outros estudos dentro desse tema.

Josivaldo Vilaça: Dentro do grupo nós seguimos o tripé o ensino, a pesquisa e extensão. O ensino nós tiramos da sala de aula e transferimos para o grupo de pesquisa, no caso o núcleo é formado por alunos também de Pedagogia, então é uma coisa bem interessante os alunos de letras de pedagogia é uma diversidade e também o encontro de muitas ideias e nos deparamos com alunos de mestrado e doutorado e quando eles conversam, debatem e produzem artigos é uma experiência muito legal.

MD: Quais foram as dificuldades encontradas durante a pesquisa?

Suzane Moreira: Pelo tema, a primeira dificuldade é o pré-conceito pois quando a gente fala algumas pessoas perguntam “Por que?” “Pra falar de lésbicas precisa ser lésbica?”, o que não é verdade pois não precisa ser homossexual para falar sobre o tema é um tipo de estudo, é uma literatura e a segunda dificuldade é encontrar pesquisas de pessoas que se aprofundam no tema sem dividir os homossexuais como um grupo. O mais difícil foi pesquisar sobre a Safo de Lesbos, pois são poucas coisas que tem sobre ela, consegui pequenos resquícios de poemas dela.

Josivaldo Vilaça: Na pesquisa tivemos dificuldade pelo fato da universidade não ter um “banco de dados”, um registro das pessoas com deficiência. O aluno entra, mas não é especificada qual a deficiência dele. A pesquisa envolve a universidade como um todo, as unidades da capital e também as unidades do interior, porém os dados eles são muito relativos por conta do contato.

MD: O conselho que você deixa para os alunos que gostariam de participar projeto de pesquisa?

Suzane Moreira: Primeiro, escolher um orientador com quem tenha uma boa convivência, pois é uma pessoa que você vai ver sempre, em segundo lugar é escolher um tema que te chame atenção e você tenha vontade de pesquisar e sempre é bom pesquisar coisas novas que possam ensinar alguma coisa pra sociedade, que é o meu objetivo.

Josivaldo Vilaça: Sempre olhar com muita curiosidade, pois com uma disciplina descobrimos muitas semelhanças. Se gostar de um tema, conversar com o professor, procurar saber se ele tem um grupo de pesquisa, ou seja, é sempre uma questão de busca.

Por: Lia dos Santos, acadêmica do terceiro período do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).